Não desejo mais do que desejava antes, nem menos do que posso vir
a desejar.
Mas não falo do desejo do corpo, do desejo do toque. Refiro-me
ao desejo ínfimo daquela alma que escorre por arguição. Aquele
desejo de ao menos se saber ao certo o que deseja.
Estou aqui, mas meus desejos estão espalhados e distantes como as
estrelas no céu, o que se vê é somente um ponto brilhante, um nada
diante da imensidão do verdadeiro ser.
Tento me aproximar, juntar todos em um abraço longo ao cair da
noite, mas me esqueço que é impossível abraçar todas as estrelas,
ou mesmo vê-las bem de perto.
É como querer abraçar uma galáxia, que pode ser pequena aos
olhos de alguém, mas é tudo o que cerca, aos olhos meus.