quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O que nós sabemos

Mas eu só quero beber e andar enquanto sinto minha alma que sangra e deixa rastros por onde eu passo.
E eu corro tentando fugir desse peso que me assombra mas não consigo empurrá-lo para longe.
O tempo corre e está prestes a se esgotar enquanto a realidade nos ata as mãos e os pés. É como correr debaixo d'água. Em uma corrida comprada.
Qual o sentido de correr se o resultado já está determinado?
Se o carrasco já prendeu a respiração, só podemos aguardar.
Queria dormir, dormir por quatro ou cinco anos ininterruptos, mas eles não nos permitem, isso eles não nos permitem.
E a minha respiração também está presa em expectativa, corremos e fugimos em um labirinto sem saída. Ajoelhamos e oramos para algo transcendental que nem sabemos se existe. Deitamos e choramos por uma realidade dura e fria.
Mas disso sabemos,
pelo menos isso nós sabemos.
Acho que preferia não saber.