terça-feira, 27 de janeiro de 2015


E nesse quarto escuro, não vejo nada além de uma singela luz que me permite escrever para você.



Não. Este não será para você.
Este será para a escuridão que me embala. Para Chopin que acaba de tocar e me agraciar com suas melodias, ou para o silencio que agora me ensurdece. Esse será para minhas estrelas cor púrpura. Para aquela borboleta na parede que me fitava alguns minutos atrás; ou seriam horas? Não sei ao certo quanto tempo passou desde que escureci.
Talvez para aquele grilo lá fora, que canta para a lua e para as estrelas, e para mim, e para quem mais possa estar ouvindo. Não para você.
Talvez para a lua e para as estrelas, para o céu, o nosso céu, que você decerto pode estar admirando, mesmo que somente em sua mente. 
Talvez para o som das árvores que balançam ao vento, para o som da caneta no papel ao escrever estas linhas, ou mesmo para um objeto qualquer que derrubei ou no qual esbarrei em meu costumeiro infortúnio. 
Pode ser para o vibrar do meu telefone recebendo mensagens tuas, para o meu sorriso ao ler tuas linhas; para o sentir em meus olhos quando vejo imagens e palavras tuas nas paredes escuras, ou quando ouço tua voz em minha mente nesse silencio absurdo.
Ou quando tento não escrever sobre você em mais uma noite lúgubre e, mais uma vez, falho miseravelmente.




quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

E então eu choro, na esperança de que meu pranto leve consigo minhas dores e tristezas.
Sabe qual o maior problema de se permitir ser feliz? A felicidade te leva alto, e a queda, meus amigos, a queda não é nada bela; ela te corta a alma como uma faca quente embebida em veneno e acido. E esse veneno contamina e impede que novas alegrias germinem; e o ácido queima de modo a deixar marcas tão profundas que o proprio B15-A duvidaria.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

- Ela é princesa, a outra" é rainha.
- E eu? Que sou? Sou nada?
- Tu simplesmente és; chega, invade, toma tudo para si.
Porque me falta algo arrasador e extraordinário. que direito tenho eu de me interpor? Mas o vento sopra e ao meu lado a chuva cai, e eu continuo a me abalar com esta paisagem belíssima que não consegue impedir que a tristeza me corte a alma, nada consegue. Quase nada.
Ao longe avisto a garota de blusa amarela, a garota dos cabelos cacheados e olhos castanhos; e ela olha em minha direção como quem avista teu próprio sonho refulgente em plena noite obscura , e é seu sonho, e é seu tudo, sua vida.
Carrega consigo algo de peso, a tal garota de cabelos cacheados e olhos castanhos; e caminha na direção do teu sonho refulgente com seu próprio algo intrínseco a si.

domingo, 4 de janeiro de 2015

E a cada dois que sobem, um desce, em um ritmo lento e devastador, quisera eu poder ser a fonte da tua plenitude, da tua paz, da harmonia. Quisera eu ser teu tudo, ser teu alento, tua calma, teu bem, teu viver. Bem viver..
 De forma doce jogou tuas palavras no meu chão fértil, e eu absorvi cada uma delas, de forma delicada cultivou e cuidou, de forma suave cresceram amores semeados. De forma brusca me são arrancados. Ou talvez não. Talvez me permitam ficar contigo, com tuas doces palavras, tuas graciosas promessas, teu esplêndido amor.
Talvez eu seja teu alento, tua calma, tua paz e tua harmonia, ou mesmo tua felicidade, tua plenitude, tua lucidez, teu tudo, teu bem viver; se tuas palavras doces não envenenaram e enganaram meu chão fértil, se cada sílaba pronunciada for embebida em uma bela dose de lisura, então eu sou, sou isso tudo, sou mais, sou tua, e tu és minha.