terça-feira, 27 de janeiro de 2015


E nesse quarto escuro, não vejo nada além de uma singela luz que me permite escrever para você.



Não. Este não será para você.
Este será para a escuridão que me embala. Para Chopin que acaba de tocar e me agraciar com suas melodias, ou para o silencio que agora me ensurdece. Esse será para minhas estrelas cor púrpura. Para aquela borboleta na parede que me fitava alguns minutos atrás; ou seriam horas? Não sei ao certo quanto tempo passou desde que escureci.
Talvez para aquele grilo lá fora, que canta para a lua e para as estrelas, e para mim, e para quem mais possa estar ouvindo. Não para você.
Talvez para a lua e para as estrelas, para o céu, o nosso céu, que você decerto pode estar admirando, mesmo que somente em sua mente. 
Talvez para o som das árvores que balançam ao vento, para o som da caneta no papel ao escrever estas linhas, ou mesmo para um objeto qualquer que derrubei ou no qual esbarrei em meu costumeiro infortúnio. 
Pode ser para o vibrar do meu telefone recebendo mensagens tuas, para o meu sorriso ao ler tuas linhas; para o sentir em meus olhos quando vejo imagens e palavras tuas nas paredes escuras, ou quando ouço tua voz em minha mente nesse silencio absurdo.
Ou quando tento não escrever sobre você em mais uma noite lúgubre e, mais uma vez, falho miseravelmente.




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