segunda-feira, 5 de junho de 2017

Nem sempre ficamos com os amores de nossas vidas. 
E dói, sabia?
Dói e sufoca como se tivesse uma criança gorda sentada no nosso peito. 
Quando você encontra algo que encaixa em você melhor do se seu suéter favorito, aquela pessoa que faz com que você passe por cima de todas as suas dúvidas e tenha certeza com os olhos fechados. Quando por algum motivo ocorre uma falha e as coisas começam a desmoronar, 
dói. 
Dói pelo passado de memórias intrínsecas em nossas mentes, 
dói pelo presente que nos corta e sangra, 
mas dói mais ainda pelo futuro de promessas e planos e ideias que não poderão ultrapassar a barreira do mundo ideal para o mundo real, ficando presas como memórias inexistentes de um futuro desencantador. 

Dói por tudo que ainda não foi vivido. 
Dói por deixar escapar como areia seca entre os dedos uma felicidade tão plena que é quase inacreditável. 
Dói pelo medo de nunca conseguir deixar para trás, medo dessas memórias nunca encontrarem conforto se não algum alívio nas pequenas brechas da poesia. 
E eu digo, você é minha memória inconsolável, feita de pedra e sombra, é daí que tudo nasce, e dança.

Um comentário:

  1. nesse livro que li e que me atormenta até hoje um índio xamã ensinava que se amamos mesmo alguém - e se quisermos manter esse amor infinito tal como é - só existe a opção de se afastar imediatamente e para sempre desta pessoa. Como o rio que você atravessa, depois de tocada essa pessoa, ela nunca mais será a mesma - e portanto o amor se acaba.
    É muito duro pensar nisso até hoje pra mim. Tudo que tocamos se transforma e escorre pelos dedos. Não podemos controlar nada de nada de nada...

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