terça-feira, 9 de maio de 2017

Palavras ao vento

Vamos correr e andar como se nada mais houvesse nesse mundo que estala como lenha na fogueira.
Então me diga, o que haveremos de fazer, o que nós podemos fazer, o que fazemos além de falar e gritar como a madeira estalando no fogo alto que queima rápido, e queima até virar cinza.
Assim como as nossas palavras viram cinzas,
Assim como nós somos grãos de areia espalhados em ventania,
seria natural, então, que nossas palavras não passassem de pó,
Pó tóxico que a realidade assopra na nossa cara.
Que nos arde os olhos,
Que nos intoxica os pulmões,
Que nos consome a carne.

Um comentário:

  1. nunca pude saber o que faremos
    mas se a gente se deixasse levar pelo vento, pela areia, pelo pó de nós mesmos e esquecéssemos essa realidade de saco de cimento, essa pedra dura que nem foi construída por nós, que já estava aqui quando chegamos. Se a gente conseguisse, ein?

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