segunda-feira, 17 de abril de 2017

Devaneios em praça pública


Me vem algo, como se fosse um texto se escrevendo sozinho na minha mente e eu ignoro todas as normas de pontuação e erros ortográficos para não perdê-lo de vista, 
corrijo depois.
Algo definitivamente não esta certo, minha memória falha em me mostrar o que, mas eu sei, eu sinto.
A alegria não pode durar, não foi feita para isso, a felicidade também não.
E só para deixar registrado, reafirmo, a vida te leva alto só para te mostrar o quão dura pode ser a queda e o quão baixo você pode cair.
Mando mensagens aleatórias, aguardo uma resposta.
Meus dedos se movem sobre o teclado e eu sinto falta da caneta.
A tinta passando de forma permanente na folha de papel 
branca ou parda.
Acho que gostamos tanto da era digital porque é tão fácil escrever e
Apagar,
E depois fingir que 
nada aconteceu.
Escrevi um livro quase inteiro
E o deletei;
Foi tão fácil quanto piscar.
É fácil corrigir os erros quando digitamos e apagamos caso não fique como queremos, 
E podemos começar tudo de novo.
Desfazer um erro e refazer.
Ctrl z é o comando mais maravilhoso que há, e a maioria concorda.
Talvez porque não haja um ctrl z na vida e então manifestamos esse desejo no meio digital mais próximo.
E é por isso que dessa vez eu não vou apagar nem uma linha do que escrevi em meio a este 
devaneio sentada em uma praça no 
centro da cidade.
Talvez pareça a página de um diário, ou um relato desnecessário, mas Bukowski me ensinou a escrever 
para mim e do meu jeito. 
Porque alguma coisa nessa vida tem que ser 
para mim e do meu jeito, 
engano meu pensar que controlo as palavras que minha alma vomita, mas serve, por enquanto serve.
Quero fumar, deus, como queria acender um cigarro e fumar até o fim.
Mas mesmo para isso sou covarde demais, tenho medo de viciar, e nunca mais conseguir parar.
Tenho um pavor da ideia de depender das coisas, de algo ou de alguém.
Engraçado ser justamente esse um dos males que me acometeram,
Só para esfregar na minha cara que eu não consigo controlar nem mesmo minha vida, ou a mim mesma, e isso lá é jeito de enfrentar nossos medos?
Os medos são uma coisa peculiar.
Eles nos revestem e depois 
se vestem com a nossa 
pele.
Um pouco de ar fresco faz bem, 
tolice pensar em fumar se eu nem ao menos consigo 
respirar quando alguém está 
fumando.

Um comentário:

  1. Ainda bem que não apagou nenhuma palavra.
    Caso contrário, se apagasse, talvez até acabaria se apagando também. Que desperdício seria.
    Sou novo aqui, gostei muito da forma e da sua percepção de mundo.

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