quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A humanidade é desumana, ou quem sabe humana demais, talvez por isso seja necessário haver um Setembro amarelo

Não me era possível imaginar tamanha frieza. Pessoas assim não sentem e eu não consigo entende-las, porque eu sinto, sinto muito.
Sinto tanto que sinto por eles e sinto muito pelo resto do mundo que sente.
Um soco, dois chutes e tudo certo. Talvez uma escarrada só para completar o serviço.
E nós assistimos à televisão sentados em nossos sofás, enquanto o mundo se degrada e corrompe a todos,
Um a um.
Haveria de se culpar quem se deixa corromper? Ou ainda os que não resistem e desistem?
Eu não os culpo, como poderia?
Mas a porta que se fecha e a luz que se apaga diante dos olhos mais serenos, são apenas uma demonstração do que está por vir.
Aquela escada que nunca acaba contra o tempo que nunca basta. Nos tira a todos a esperança.
E a lâmina nas mãos e a garrafa de vinho barato selam o desejo íntimo escondido a sete chaves.
Não me deixe cair, por favor, não me deixe cair.
Daqui de cima vejo as luzes,
lá em baixo elas se apagam.

Um comentário:

  1. Foda, foda...
    Penso que essa vida que a gente inventou pra gente mesmo vai ficando cada vez mais cronicamente doente - mas como voltar? Alguns esperam pelo meteoro. Trilhamos um caminho insuportável de semi-deuses, escondemos a morte nos hospitais e esquecemos de morrer, a cada dia.
    Foda isso tudo que você escreveu. Me pensa muito também.

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