quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Minha deusa me resguardou, com seu 1.65/7, de tudo o que não está aqui


Mas essa deusa de um metro e sessenta e cinco/sete, 
que me escreve 
mas nunca me mostra, 
e que vem, não importa a hora, 
só pra me ver, 
e eu caminho por horas, 
só para vê-la 
e que me beija a testa, 
a boca 
e o corpo. 
bem, há nela o suficiente para ser agarrado 
e eu me agarro toda nela, 
puxo-lhe a cabeça para trás 
pelos cabelos de loopings infinitos

depois nos deitamos enlaçados como vinhas humanas 
seu braço esquerdo debaixo da minha cabeça, 
seu braço direito sobre o lado do meu corpo, 
aferro-me às suas mãos, 
Teu corpo nu no meu
Teu toque quente na minha pele fria
Quando nos entrelaçamos, pés e braços. parecemos um desenho de Yin-Yang.
E as galáxias nas tuas coxas,
junto com as marcas na minha carne.
Aquele desejo que me corta de beijar teus seios.
De te sentir comigo
de me sentir em ti.
Minhas mãos nos teus cabelos,
Tuas mãos nas minhas coxas
minha boca nos teus seios,
e a tua que começa na minha, passa pelas minhas clavículas, desce até a minha cintura
e só para quando encontra o nirvana.
e através de nós, 
no escuro 
passam raios pra lá e pra cá pra lá e pra cá até que eu desfaleça e nós durmamos. 

ela é selvagem 
mas dócil 
minha deusa de um metro e sessenta e cinco, 
faz-me rir a risada do mutilado que ainda precisa de amor,
e seus olhos abençoados fluem para o fundo de sua cabeça como nascentes na montanha ao longe nascentes frescas e boas. 
ela me resguardou de tudo o que não está aqui.

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