quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Filha de Gaia

Deito no chão,
na terra molhada coberta de folhas secas que me servem de cama.
Nunca deveria ter saído daqui.
Deito e ouço,
me atento e aguardo,
me passo, fico.
A terra me consome,
mãe terra,
sabe quando teus filhos precisam de ti.
Consome meus fardos,
consome meu ser,
consome meus desagrados.
Mãe terra.
Sou ar, sou terra, sou água, sou fogo, sou lua.
Sou filha de Gaia



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Touch

The touch is like a toxin,
take everything around,
everything that touch,
and destroy it.
Sometimes I feel like I coudn't touch;
when I do,
they go away,
disapear.
Even that stay fisically,
their soul are not with me anymore.
And my love's here,
sleeping by my side,
on me.
That'so exactly and so full,
that I'm not sure if I can touch,
I can't touch my full dream.



segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Cinnamon

Maybe I can take a full glass of cinnamon, for you don't feel the bitter taste that starts on my elth, go to my throat, and over in somewhere next to my stomac.
Thi acid taste of who has just spit the life and swallow evils.
Of who lose the hope andregain it ten times for day.
From who wake up, look to the side, and just get up because there are amazing infinity loopings sprawled on our bed.
I miss the galaxies on your thighs.

domingo, 15 de novembro de 2015

Absolem

Porque o que escrevo vem de delírios que poderiam ser conseguidos com alguns drinks, cigarros caros e uma hora de desabafo de alguém. Ou simplesmente me deito e espero.
Levantar não é tão fácil assim, nem se afastar do parapeito da janela do vigésimo andar, ou guardar os comprimidos e a lâmina de barbear de volta no espelho daquele banheiro sujo.


Ninguém entende os suicidas.
Quando eu soube que ele tinha pulado em direção ao rio congelante, o que pensei foi "por que não esperou até o verão?" não estou sendo insensível, simplesmente compreensiva, entende? as vezes simplesmente não há o que fazer, ou não sabe-se o que fazer.
Não disse que concordo, nem quem discordo, somente que compreendo, porque as vezes chega-se em um momento da vida em que nada parece certo, nem a perspectiva de que um dia dê, então para que manter esse sofrimento todo se a liberdade está a um ato de distância? Entende?
Provavelmente não.


Ninguém entende os ladrões nem os homicidas.
E ninguém tenta entender, "monstro""pobre da vítima" são os únicos termos de suas mentes restritas. Claro que nem sempre se aplica, alguns o fazem somente por prazer, mas você não acha que, para chegar ao ponto de matar alguém, a pessoa deve ter passado por poucas e boas?


Fui assaltada uma vez. Fiquei em choque, estática, um moço gentil se aproximou "está tudo bem" "não sei, temos que perguntar" "perguntar?" "isso, perguntar. Comigo está tudo bem, mas e o ladrão?" "o que tem o ladrão?" "será que ele está bem? ele não deve estar bem, para ter assaltado alguém, deve ter acontecido alguma coisa. Devemos ir atrás dele, ver como ele está"


O moço gentil me olhou com cara de espanto, como se eu fosse louca. Talvez eu seja mesmo.


Mas sabe, não tive uma vida verdadeiramente ruim, tenho pais que me amam, uma casa, um irmão irritante e uma mulher incrível. 
Mas ainda assim, não consigo afastar essa coisa toda de mim, é como um mal que consome a gente, que nos proíbe de ter paz. Lembranças que te assombram como fantasmas, outras que fazem fantasmas parecerem brinquedo de criança.


Lembranças consomem, e se alimentam da sua paz


Tenho uma sinceridade oriunda de putas e hotéis sujos de beira de estrada. É parte de quem  sou. 
As vezes paranóica, dissimulada, louca e sincera. 
Outras vezes calma, estável transparente e sincera. 
Ou ainda impenetrável, obscura, ininteligível e sincera. 
Minha personalidade muda mais do que uma mente humana medíocre e banal conseguiria entender. 
Mas você, sua mente não é comum, não é mesmo? Não passa nem perto de ser medíocre ou banal, ou simples ou comum. 
Sua mente é única, e quase compreende a minha de uma forma única.
Quando disse aquilo, jurei que se referia a mim. Me lembrou daquele velho senhor que me parou um dia e disse palavras semelhantes "você, vocês, todas aí dentro de você. Você tem um dom, menina, um não, muitos, você é muitas"
uma por vez e todas ao mesmo tempo. 
Às vezes me perco nesse pandemônio que chamo de Eu. Não dei atenção ao velho senhor, pensei que estivesse louco. 
Mas não me dei conta de que estamos todos.


sábado, 31 de outubro de 2015

So I close my eyes and feel, is all around you. Nothing is here, but there's nothing too far that you can't imagine.
I can feel the energy, from the sun, from the moon, from the wild nightly and daytime animals, from the forest, from the woods and the ground, from my stars, planets, constellations and galaxies, and all my things, calling me, whispering, that's what build me, is what I'm made of.
I can feel the whole infinity universe.
I can feel what comes from you, and I let it take me, break into me, skin over me.
I can feel, can you feel it too?


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

De um texto para outro

Vejo a garota se aproximando do abismo, como se estivesse cega pelo brilho das estrelas, eu grito "PARE!", mas ela caminha, grito de novo "VOCÊ VAI CAIR, CRIATURA ESTÚPIDA". Mas ela parece hipnotizada por algo lá em cima, ou lá em baixo, hipnotizada por algo lá em baixo. Ela caminha em direção ao abismo.
E ela sabe,
E ela insiste
E ela avança.
Num relance torto ela olha para trás, me olha ligeiramente nos olhos e uma familiaridade imensa me invade.
Fraquejo.
– Você vem?
Permaneço estática, luto para me mover, para emitir algum som, qualquer que seja, mas nem um ruido sequer consegue passar pela minha garganta fechada e meu corpo paralisado de pânico e horror. Ela deu de ombros, piscou para mim.
- “O barco ao norte me aguarda, navegando em águas de calmaria, turbulência e tédio, ”
E então deixa seu corpo cair no abismo, enquanto meu corpo finalmente cede e consigo correr até a borda numa última esperança frustrada de esticar meu braço e segurá-la. A última coisa que vejo é seu longo cabelo vermelho, e uma tempestade se formando, uma tempestade de cabelos vermelhos e olhos castanhos.



sexta-feira, 25 de setembro de 2015

"Você tem um jeito todo complicado e confuso.
Uma hora me faz acreditar, em outra me faz arrepender por ter criado tanta expectativa.
Sabe quando alguém te diz alguma coisa e você passa dias pensando naquilo, se perguntando se era verdade ou não?
Então, você me faz sentir assim.
A cada dia você me confunde mais e se torna mais indecifrável.
Mas não se preocupa, eu ainda quero ver o que você vai dizer quando eu decifrar cada detalhe teu, quando eu finalmente te entender.
Aí é só correr pros teus braços e dizer: você atrapalhou a minha visão, mas mesmo com a vista embaçada eu sabia que o meu caminho era você."


- (J.P.B.)



domingo, 6 de setembro de 2015

Tantos amores largados, deixados, esquecidos. Amores vívivos e vividos e não vividos e os fracos sustentados com a força de um sim eterno.
Tantas promessas feitas, quebradas, cumpridas, esquecidas.
Tantas vidas vividas, corridas, abandonadas, contidas.
Tantas feridas curadas, abertas, expostas, mexidas.
E por esse vidro veja o mundo passando por si enquanto corre por ele.
Seria suficiente deixar o sol bater em meu rosto e refletir em minha pele branca, ou sensato esperar para vê-lo dourar em tua pele morena?
Não sei dizer ao certo, mas esses breves raios de luz no que parece ser um céu eternamente nublado, nessa chuva que foge às nuvens e escorrem pelos meus olhos, que também refletem o céu cinza, opaco, agoniante e magnífico;
um raio me desaba; como algo encantador e doce, ao mesmo tempo amedrontador.
Encaro o feixe de luz que entra pela minha cortina entreaberta.
E ele me atravessa como as flechas de Ártemis.

sábado, 1 de agosto de 2015

Vem,
 fica um pouco mais.
 Faz uma pausa pro café.
Deita em mim.
Me deita em ti.
Faz uma pausa pra me amar.
Mas não se incomode,
não me deixe lhe incomodar.
Mudei algumas coisas de lugar.
 Não se incomode com a bagunça,
 já está assim há tanto tempo que aprendi a caminhar.
E pense de novo,
 me olhe e sorria mais uma vez,
quem sabe com teu riso não fique mais leve pr'eu limpar.
Não vai,
ainda não.
Temos muito a fazer,

Quem sabe eu só tenha vindo pra findar tuas certezas,
 lembra?
Aquelas que carregava antes d'eu
 invadir tudo.
Consegue ouvir?
é o barulho do trem em sua última chamada.
Embarcarei nessa estação e descerei em outra qualquer,
 na esperança de que teu caminho te leve até lá.
 E se quando eu descer, tu estiveres lá me esperando,
 me pegue pra ti de novo.
 Mas pegue direito, com cuidado,
pra não machucar a conexão que recém descobrimos com teus
caminhos cruzados.
E, por favor,

pegue para sempre dessa vez.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Não desejo mais do que desejava antes, nem menos do que posso vir a desejar. 
Mas não falo do desejo do corpo, do desejo do toque.  Refiro-me ao desejo ínfimo daquela alma que escorre por arguição. Aquele desejo de ao menos se saber ao certo o que deseja. 
Estou aqui, mas meus desejos estão espalhados e distantes como as estrelas no céu, o que se vê é somente um ponto brilhante, um nada diante da imensidão do verdadeiro ser. 
Tento me aproximar, juntar todos em um abraço longo ao cair da noite, mas me esqueço que é impossível abraçar todas as estrelas, ou mesmo vê-las bem de perto. 
É como querer abraçar uma galáxia, que pode ser pequena aos olhos de alguém, mas é tudo o que cerca, aos olhos meus.








sábado, 25 de abril de 2015

And the river flows in you,
and the waves of the sea bring you to me, and take me away; in wonderland, across the sea.


I can see the wonderland, across the sea.
There's an island and there's my soul, and there's a wonderland.


There's a wonderland across the sea, but my airplane is falling, my boat is wreck, and my bridge is breaking down; and I can see the wonderland, across the sea.


On that point beyond the horizon, there’s a wonderland.
I can see my wonderland, but I can't touch it. I can't touch my wonderland.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015


E nesse quarto escuro, não vejo nada além de uma singela luz que me permite escrever para você.



Não. Este não será para você.
Este será para a escuridão que me embala. Para Chopin que acaba de tocar e me agraciar com suas melodias, ou para o silencio que agora me ensurdece. Esse será para minhas estrelas cor púrpura. Para aquela borboleta na parede que me fitava alguns minutos atrás; ou seriam horas? Não sei ao certo quanto tempo passou desde que escureci.
Talvez para aquele grilo lá fora, que canta para a lua e para as estrelas, e para mim, e para quem mais possa estar ouvindo. Não para você.
Talvez para a lua e para as estrelas, para o céu, o nosso céu, que você decerto pode estar admirando, mesmo que somente em sua mente. 
Talvez para o som das árvores que balançam ao vento, para o som da caneta no papel ao escrever estas linhas, ou mesmo para um objeto qualquer que derrubei ou no qual esbarrei em meu costumeiro infortúnio. 
Pode ser para o vibrar do meu telefone recebendo mensagens tuas, para o meu sorriso ao ler tuas linhas; para o sentir em meus olhos quando vejo imagens e palavras tuas nas paredes escuras, ou quando ouço tua voz em minha mente nesse silencio absurdo.
Ou quando tento não escrever sobre você em mais uma noite lúgubre e, mais uma vez, falho miseravelmente.




quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

E então eu choro, na esperança de que meu pranto leve consigo minhas dores e tristezas.
Sabe qual o maior problema de se permitir ser feliz? A felicidade te leva alto, e a queda, meus amigos, a queda não é nada bela; ela te corta a alma como uma faca quente embebida em veneno e acido. E esse veneno contamina e impede que novas alegrias germinem; e o ácido queima de modo a deixar marcas tão profundas que o proprio B15-A duvidaria.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

- Ela é princesa, a outra" é rainha.
- E eu? Que sou? Sou nada?
- Tu simplesmente és; chega, invade, toma tudo para si.
Porque me falta algo arrasador e extraordinário. que direito tenho eu de me interpor? Mas o vento sopra e ao meu lado a chuva cai, e eu continuo a me abalar com esta paisagem belíssima que não consegue impedir que a tristeza me corte a alma, nada consegue. Quase nada.
Ao longe avisto a garota de blusa amarela, a garota dos cabelos cacheados e olhos castanhos; e ela olha em minha direção como quem avista teu próprio sonho refulgente em plena noite obscura , e é seu sonho, e é seu tudo, sua vida.
Carrega consigo algo de peso, a tal garota de cabelos cacheados e olhos castanhos; e caminha na direção do teu sonho refulgente com seu próprio algo intrínseco a si.

domingo, 4 de janeiro de 2015

E a cada dois que sobem, um desce, em um ritmo lento e devastador, quisera eu poder ser a fonte da tua plenitude, da tua paz, da harmonia. Quisera eu ser teu tudo, ser teu alento, tua calma, teu bem, teu viver. Bem viver..
 De forma doce jogou tuas palavras no meu chão fértil, e eu absorvi cada uma delas, de forma delicada cultivou e cuidou, de forma suave cresceram amores semeados. De forma brusca me são arrancados. Ou talvez não. Talvez me permitam ficar contigo, com tuas doces palavras, tuas graciosas promessas, teu esplêndido amor.
Talvez eu seja teu alento, tua calma, tua paz e tua harmonia, ou mesmo tua felicidade, tua plenitude, tua lucidez, teu tudo, teu bem viver; se tuas palavras doces não envenenaram e enganaram meu chão fértil, se cada sílaba pronunciada for embebida em uma bela dose de lisura, então eu sou, sou isso tudo, sou mais, sou tua, e tu és minha.